Seus olhos estão opacos,
não sinto sua respiração,
apesar de familiar não reconheço sua face,
sua pele não tem mais brilho...
...brilho nem calor...
Os hematomas não me deixam reconhecê-la,
os cortes de navalha no busto deixaram marcas profundas,
as orelhas sumiram,
os joelhos viraram ao contrário...
...contrário a tudo aquilo que posso me lembrar...
Andávamos de bicicleta no parque quando eu era pequeno. Ríamos, conversávamos, brincávamos e nos abraçávamos. Era uma época muito feliz... Um tempo bom que não volta mais...
O cheiro de carne podre empregna o ar,
os ossos da espinha rangem com os movimentos de vai e vem de nossos corpos,
os gases saem do corpo no mesmo ritmo das estocadas fortes que faço,
o prazer que eu sinto é indescritível...
indescritível e surreal...
Seus lábios frios beijam os meus,
minhas mãos passeiam por mamilos eternamente rijos,
meu ventre toca o dela sem vida,
o pescoço não se arrepia com meus carinhos...
carinhos não fazem mais sentido...
Os policiais nos encontraram na cama. Disseram que o corpo estava lá a mais de uma semana. Encontraram minhas digitais nas facas, nos estiletes e garfos pelo quarto. Meu sangue e esperma estavam por todos os lugares no corpo dela... eu só queria saber o porque...
...me perguntaram porque tinha feito aquilo...
...me perguntaram porque não chamei a polícia...
...me perguntaram que tipo de monstro eu era...
...me perguntaram porque fiz isso a minha mãe...
...a unica coisa que sei, é que não lembro de nada...
...
sábado, 13 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Libere sua criatividade e me critique :)